terça-feira, 18 de outubro de 2005

Sem Vida


Foto: Imagem do Google, desconheço a autoria.


Se outrora tivessem me dito, eu provavelmente não teria acreditado, mas o dia chegou, em que olhei teu rosto e senti apenas melancolia.
Não mais reconheci aquele que me trazia a vida, os sóis espalmados nas mãos e as cores refletidas nos lábios, mas um outro: um desconhecido, inexpressivo, morto...
Querido meu, nunca imaginei que tão cedo deitaria flores à grama e ergueria para ti uma lápide em meu jardim.
Aqui estou eu: Aquela que te amou. Vim dizer-te hoje que, para mim, já não vives.
A maior incoerência não é comunicar-te a morte, mas sim descobrir que na verdade nunca exististe de fato, visto que eras fruto das minhas idealizações.
Sim, era eu quem te mantinha vivo no meu mundo, e somente eu poderia tirar-te a vida.
Vejo-te agora inofensivo, patético. Enquanto estavas vivo, me assombraste e me causaste muito mais dores do que agora, morto. Leva contigo nossa história, ela não me serve e não me agrada. Guardo como relíquia, umas poucas lembranças dos sonhos de uma vida que nunca tivemos.
Sim, morreste... Mas não foi teu o sofrimento.
Fui eu quem sentiu na carne a dor lenta da tua morte.
Foi meu o castigo de saber que o teu coração não mais batia por mim.
Foi meu o tormento de tocar tua pele e não mais sentir o calor que dela emanava.
Foi minha alma que se apagou em luto.
Foram meus olhos que se turvaram numa cegueira penitente.
Aqui, a teus pés, jaz toda a minha vida.
E tu agora, apenas descansas em paz...

6 comentários:

Anônimo disse...

o pior é sabermos que o amor morreu... não velarmos e ainda sentir saudades.

te beijo

Anônimo disse...

Acho que mais cedo ou mais tarde este dia chega para todo mundo... olhamos pra ele/ela e nos perguntamos: para onde foi o amor com que eu te amei?
Mas eu acho isto bom. Seria ruim guardar um amor para a vida toda e não vivê-lo. Amor pra mim é aquele que se vive, ali, todo dia, como Chico canta tão bem: é no cotidiano que ele se apresenta. É no acordar junto, viver as coisas boas ou ruins e não naquele que permanece apenas nas lembranças. Nas lembranças eles serão sempre perfeitos, intocados. Estáticos como uma fotografia.
Amores que se foram, para mim, são sempre amores que se foram...
Beijos!

Anônimo disse...

doloroso. posso ver a mão tremer o teclado. um abraço!

Anônimo disse...

Você recebeu minha mensagem com os detalhes de postagem?

Beijo.

Anônimo disse...

aiaiai essa frases carregadas de pura emoção deixa a gene asism de pernas bamabs qdo lê!

muito bom !

Anônimo disse...

e dedos bambos tbe, hahahah olha só como saiu ...tudo trocado, to asism esses dias...