sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Carta do Tempo Perdido


Foto: Imagem do Google, desconheço a autoria.


Minha unha passeava sobre a pele, riscando-lhe uma ferida estudada.
E assim iam surgindo os incontáveis desenhos
de uma saudade pintada com tintas de dor.
Sou toda uma carta viva do tempo que se foi,
um relato mudo do passado.
As tintas me secaram nas veias, mas cada traço que sangrou
hoje conta sua história.
Misturo cicatrizes que gritam sozinhas entre linhas silenciosas,
escritas em idiomas desconhecidos, mortos,
sem transcrição para a humanidade.
O que exprimem não interessa mais... A mais ninguém.
Choro sobre os rascunhos de uma felicidade esquecida.

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