quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Orfandade



Não soltem minhas mãos,
não me deixem só...
Sei que precisam partir
mas pergunto o por quê
esvaziamos a nossa casa,
fechamos os cômodos
e seguimos separadamente...
vocês indo em frente
e eu permanecendo aqui,
respirando lembranças

Da última vez que os vi,
apenas tive tempo
de abraçá-los 
e falar do meu amor
da enorme saudade
que agora me acompanha
por não ouvi-los mais
ou sequer vê-los de longe...
dói saber que assim será
até que os reencontre

Enquanto os aguardo,
sento-me à mesa...
eu e minhas ausências
eu e meu silêncio
eu e minha espera
a cada dia mais perto
da hora do reencontro
e ao regressarem, enfim,
não soltem mais minhas mãos
...desta vez para sempre...

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