terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Noite

Deixo o gosto se espalhar
no correr da lágrima
pela boca.
A solidão é tudo o que
mais cresce neste espaço.
A devastação do aborto
é dor vazia, contínua.
O eco das batidas do coração
estirpado perturbam.
Os sonhos interrompidos e os
cordões cortados são
venenos diários.
Doses lentas de desespero.
Tudo em mim sangra,
enquanto a vida se estanca.
Quero veias drenadas
e alma tranqüila.
Antes que seja tarde.
Antes que seja noite...