segunda-feira, 19 de junho de 2017

Seol


Sombras espalham-se nos muros,
arrasto-me pelas ruas.
Sou o que se esgueira,
sou o que espreita
dos becos, dos bueiros, das esquinas...
não faço alarde, ando sorrateiro
aguardo os que vagam pela noite
e retiro-lhes as esperanças.
Ouço seus gritos inúteis, 
pois desconheço a compaixão.
Apresento-me a eles, então...
sou o olhar do assassino
refletido no brilho da lâmina,
sou o lamento das vítimas
banhado no sangue e no medo.
Todo o mal, toda a feiura
que molda os seus pesadelos
conseguirão encontrar em mim.
Sou o senhor da violência,
o mestre do submundo
onde os insanos e os perdidos 
me encontrarão um dia,
no caos cinzento e profundo
semeando vícios e guerras
coberto de lama e pecados.