Foto: Imagem do Google, desconheço a autoria.
Acabou-se o nosso tempo
num início de outubro.
Veio-me um frio cortante
e, com ele, a extensão do vazio
transpassou-me o ventre.
Este ventre que um dia foi teu.
E tu, que preencheste minha vida,
agora largas a minha mão.
Que som ocupará o lugar do teu sorriso?
Levaste embora também teu perfume.
Deixaste-me somente ecos do meu coração
e a palavra saudade escrita pelas paredes
junto aos desenhos que outrora me ofertaste.
Nossas conversas e segredos
ficaram-me na lembrança.
E tua ausência hoje me desespera.
Não há volta, nem solução.
Tua vida precisa expandir-se
enquanto a minha definha...
Meu anjo, minha luz,
segue teu caminho
sem preocupar-te comigo.
Meu leito voltou a ser escuro.
Adormeço
sentindo a solidão estender sobre mim
o lençol do silêncio.