terça-feira, 24 de abril de 2012

Sépia

Foto: Imagem do Google, desconheço a autoria.

Após tantos anos, pelas tramas do destino
Retornei à casa das paredes silenciosas.
Trilhei antigos caminhos, enxergando pegadas conhecidas naquele chão...
E uma porta foi se abrindo, revelando-me o mesmo salão.

Tudo em volta parecia pintado em sépia.
E percebi que poucas mudanças estes anos trouxeram. 
As paredes continuavam iguais: repletas de quadros imaginários
contando uma história de fraqueza e loucura.
Meu museu, meu cemitério.

Quadros que agora falam somente comigo, todos ao mesmo tempo
a me relembrar daqueles dias... trechos empoeirados de mim.
Vozes que hoje nada mais dizem, rostos que o tempo mofou.

Respirei aquele passado, no aposento esquecido.
E mais adiante encontrei os falsos abraços
os sorrisos cansados, perdidos em olhos vazios.

Por horas desfiei minhas lembranças
sem dores, sem sofrimentos
somente com apatia, diante de imagens desfocadas
de um tornado que há muito devastou minha alma.

Hoje, naquele mausoléu de risadas e suspiros, nada mais é real.
Só fantasmas vivem ali, presos para sempre no ontem,
nos retratos desbotados de um pedaço da minha vida.

Nos vidros das janelas do penúltimo andar
ficaram impressas as palmas das minhas mãos
e os sonhos que outrora eu tive,
antes que se perdessem um a um 
carregados pelas asas da desesperança.

Tranco, ao sair, aquelas inúteis maçanetas 
que um dia foram abertas por mãos erradas.
Observo as sombras e digo-lhes adeus definitivamente... 
Ao sair, as paredes respondem: até nunca mais.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Doce


Foto: Imagem do Google, desconheço a autoria.

Trago dentro do peito
toda a esperança
pra sair cantando
mundo afora,
a plenos pulmões

E agradecer as oportunidades,
e abraçar as pessoas
em meio a tantas paisagens

Como é rica esta vida
e única...
É um pulo do telhado,
um voo livre...
Não vale a pena
desperdiçá-la com lamentos.

E cada dia tem sua surpresa
tem o seu sabor.
E assim vai sendo,
acontecendo...
Até o fim.